Assim como o estresse, a ansiedade é uma reação de sobrevivência. De forma natural, ela libera hormônios para que o corpo fique preparado para lutar ou fugir. Os sintomas de ansiedade podem ser confundidos com o medo: suor excessivo, taquicardia e náuseas – parece que o coração vai “pular pela boca” e tudo fica muito acelerado. É essa reação que dá impulso para correr do perigo.
Hercilio Pereira de Oliveira Junior, psiquiatra da NotreDame Intermédica, explica o que é ansiedade. “É um estado emocional de inquietação e desconforto físico e psíquico. Ela se subdivide em uma série de manifestações e é caracterizada por preocupações recorrentes, taquicardia, fobias e pensamentos intrusivos. Surge de uma urgência que a pessoa não sabe de onde vem”, diz.
Muitas pessoas se sentem ameaçadas a todo momento por causa do trabalho, trânsito, dinheiro, filhos, provas e outras coisas comuns do dia a dia. É normal sentir-se ansioso, mas quando essa reação acontece de forma intensa, ao invés de ajudar, impede a pessoa de lutar ou se proteger, se transformando em um transtorno psicológico. No caso das preocupações excessivas, podem ser sintomas de transtorno de ansiedade generalizada, por exemplo.
Saber o que é crise de ansiedade e identificar se elas acontecem de forma frequente é de extrema importância, portanto, fique atento aos sinais de ansiedade e não deixe de procurar ajuda para aprender a controlá-la.
Antes de pensar no tratamento, é importante entender o que causa a ansiedade e seus tipos. Ela pode se apresentar de várias formas: generalizadas, fobias sociais e específicas, pânico, agorafobia, transtorno obsessivo compulsivo (TOC) e transtorno de estresse pós-traumático (TEPT). Entenda os sintomas das crises de ansiedade por tipo:
Transtorno de ansiedade generalizada: acontece quando a pessoa tem preocupações excessivas sobre situações do dia a dia como trabalho, dinheiro, responsabilidades e doenças, por exemplo.
Fobias sociais: a ansiedade social é a timidez patológica, ou seja, o medo de ser exposto a situações sociais como falar em público, comer na companhia de outras pessoas, frequentar ambientes cheios, conhecer pessoas novas, entre outros.
Fobias específicas: medo exagerado de algo específico, como, por exemplo, de palhaço, aranha, altura, entre outros. Em alguns casos, a fobia é tanta, que a pessoa evita olhar até fotos.
Síndrome do pânico: sintomas emocionais e físicos como medo de morrer ou enlouquecer junto a sudorese, tonturas, entre outros, que se manifestam de forma intensa. Elas acontecem de uma hora para outra sem motivos e duram alguns minutos.
Agorafobia: medo de lugares aglomerados ou situações em que é difícil ser socorrido. O medo é tanto que algumas pessoas evitam sair de casa para não terem ataques de pânico.
TOC (Transtorno Obsessivo Compulsivo): é a combinação de preocupações excessivas com rituais, que podem ser de limpeza, verificação ou repetição. Supersticiosamente, a pessoa acredita que algo ruim acontecerá caso ela não realize os rituais.
TEPT (Transtorno de Estresse Pós-Traumático): acontece após situações traumáticas. Neste tipo de ansiedade, a pessoa tem a sensação de que está revivendo o trauma e sente tudo o que sentiu no momento original do passado, principalmente fisicamente.
A ansiedade é caracterizada por sintomas psicológicos e físicos. Os sintomas psicológicos são: medo, angústia, inquietação, insônia, dificuldade de concentração e de relaxamento, sensação de estar sempre “no limite”, preocupações com coisas que podem acontecer no futuro e pensamentos catastróficos.
Já os sintomas físicos da ansiedade incluem: suor excessivo, falta de ar, hiperventilação, boca seca, formigamento, náusea, ondas de calor, calafrios, tremores, tensão muscular, dor no peito, taquicardia, sensação de desmaio, tonturas e urgência para ir ao banheiro.
Trata-se de um tratamento multidisciplinar. Entre o que é bom para ansiedade estão os hábitos de vida mais saudáveis e a meditação, que atuam como aliados para o controle do transtorno. Isto porque alguns fatores como estilo de vida desenfreado podem causar gatilhos para as crises de ansiedade. Por isso, o melhor caminho para uma vida psicologicamente mais saudável é evitar o consumo de álcool e drogas, fazer atividades físicas e manter uma alimentação saudável, além de se conectar com seu “eu interior” por meio dos exercícios de respiração.
Também é importante procurar ajuda psicológica e adotar a psicoterapia, como explica o psiquiatra Hercilio Pereira de Oliveira Junior: “O profissional da área não só vai avaliar e analisar as origens do sintoma, mas também pode ajudar na questão comportamental para que a pessoa possa lidar com esse transtorno, além de encontrar alternativas melhores para que o paciente consiga contornar os sintomas mais incômodos e ter uma vida melhor”. Se as manifestações persistirem, o profissional pode ainda prescrever alguns medicamentos antidepressivos que auxiliam no tratamento da ansiedade.
Fonte: NotreDame Intermédica
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Dr. Rodolfo Pires de Albuquerque
CRM: 40.137
Diretor Médico da NotreDame Intermédica